teoria do antropocronismo acelerado por imortalidade
imaginando aqui que, como o tempo passa mais rápido conforme envelhecemos, se um cara fosse imortal provavelmente ele chegaria a um ponto em que viveria num mundo onde tudo acontece em uma velocidade de trezentos mil quiliometros por segundo e contando.
talvez ele não tivesse que se preocupar
talvez ele não tivesse com quem se preocupar
acho até que ele beberia do universo como de uma garrafa de tequila
e eu aposto que ele ia chorar escondido em velocidade exponencialmente acelerada escondido no campo gravitacional de júpiter observando a atmosfera de saturno
mas sem ninguém com quem contar as estrelas
ia olhar p‘ra terra e pensar em toda aquela gente que ‘tá ali abrindo os olhos todos os dias
e os dias se passariam tão rápido que não adiantaria usar drogas ou dormir para esquecer os problemas
sua única certeza seria de que ele seria o mesmo para sempre e todo o resto do mundo não
todos os bilhões de seres humanos e até os outros animais e as plantas e as estações do ano e as mudanças geográficas e geológicas
todo o multiverso atômico se distorcendo ininterruptamente, se vestindo por toda a eternidade na frente de seus olhos
e ele só ia lembrar daqueles lábios rosados que se abriam de fininho para chegar mais perto
e do frio que sentia nas noites em que meia dúzia de marmanjos significam diversão
e de todo o resto que nunca mais teria
e do fato de que nunca mais ele sairia desse estado alucinógeno
talvez ele não tivesse que se preocupar
talvez ele não tivesse com quem se preocupar
acho até que ele beberia do universo como de uma garrafa de tequila
e eu aposto que ele ia chorar escondido em velocidade exponencialmente acelerada escondido no campo gravitacional de júpiter observando a atmosfera de saturno
mas sem ninguém com quem contar as estrelas
ia olhar p‘ra terra e pensar em toda aquela gente que ‘tá ali abrindo os olhos todos os dias
e os dias se passariam tão rápido que não adiantaria usar drogas ou dormir para esquecer os problemas
sua única certeza seria de que ele seria o mesmo para sempre e todo o resto do mundo não
todos os bilhões de seres humanos e até os outros animais e as plantas e as estações do ano e as mudanças geográficas e geológicas
todo o multiverso atômico se distorcendo ininterruptamente, se vestindo por toda a eternidade na frente de seus olhos
e ele só ia lembrar daqueles lábios rosados que se abriam de fininho para chegar mais perto
e do frio que sentia nas noites em que meia dúzia de marmanjos significam diversão
e de todo o resto que nunca mais teria
e do fato de que nunca mais ele sairia desse estado alucinógeno