Sentado nos Degraus
Jerônimo, a voz arfante, os olhos claros, na escada logo atrás o velho com a barba caindo no peito, os cabelos desgrenhados entrando em suas orelhas, o olhar vago de seu José na escada, o papel escuro em uma mão, o lápis mordiscado na outra, o paletó de Jerônimo, a caneta pendurada no bolso da frente, as moedas no parapeito da janela, duas moedas da mesma face. “O que ele escreve ali?”, perguntei. “Não escreve nada. Não sabe escrever, e é surdo.” Com seus olhos ainda voltados para o céu, acenei um adeus quando desci as escadas, gesto inútil. Seu José fitava as nuvens do mesmo modo que fazia quando cheguei.
8 Comentários:
"dmwjpdnn"
Lírico ao extremo, por falta de adjetivo melhor.
A imagem do ancião me veio aos olhos...
Muito bom o conto, e despretensioso.
Estou na dúvida entre o seu e outro por enquanto.
Vai continuar o texto?
Pude ver o Velho tb. :-)
oi! brigadu pela visita, assista o filme sim meu querido
bju
me lembrou Cortazar!
E olha que isso é um puta elogio! rs...
realmente tem um pé no lirismo. abraços cara!
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